Educação integral: conversas entre sementes e solo no currículo de ciências

Abstract

A pesquisa tem como objeto discursivo a perspectiva de Educação Integral na rede municipal da Cidade de Manaus, buscando olhar como as ideias de Educação Integral, professor e espaço-tempo estão dispersos em alguns materiais institucionais. Tivemos como objetivo geral, problematizar a constituição do currículo de Ciências, destacando os modos de ver o tempo-espaço educativos e o professor, dentro dessa perspectiva da Educação Integral da SEMED-Manaus. Como objetivos específicos, tivemos o processo de descrever a perspectiva da educação integral na SEMED-Manaus; mapear os ditos sobre tempo-espaços educativos e do professor, dentro da perspectiva da educação integral da SEMED-Manaus e discutir os supostos efeitos que os ditos sobre tempo-espaços educativos e do professor dentro de uma suposta perspectiva de educação integral produzem no currículo de ciências da SEMED-Manaus. O estudo se apoia na teoria pós-crítica, na qual inventamos uma nova forma de fazer e dizer nossa pesquisa, construímos a escrita do nosso trabalho dentro da analogia do cultivo. Nos aproximamos dos estudos de Foucault para pensar como essa Educação Integral atua no Ensino de Ciências a luz da ideia de governamentalidade e suas relações de saber-poder vão produzindo enunciados de controle. Assim olhamos para os materiais que dizem sobre constituição a formalização dessa educação na rede e a partir dos enunciados de Estudante Protagonista, Educação mais integral e humana, Professor em formação, Professor mediador e Tempo-espaço diversificado e ampliado. Esses enunciados produzem verdades dentro do currículo colocando-as como modos diferente de fazer educação dentro no ensino de ciências, no entanto problematizando as relações de governamento e saber-poder é possível dizer que essa educação também produz verdades sobre currículo, sobre o ser professor, sobre o tempo-espaço instituindo aquilo que deve ser seguido, generalizado e tido como certo e/ou melhor. Trazemos também algumas linhas de um germinar-esperança que nos possibilita acreditar na força do currículo enquanto ação que rompe, rasga e germina outras formas de existir no ensino de ciências. Palavras-chave: Currículo, Ensino de Ciências, Educação Integral.