Contra Lei e Ordem: A Resistência Apurinã em Boca do Acre (1972-1980)

Abstract

Este trabalho é fruto de uma pesquisa documental no Sistema de Informação do Arquivo Nacional (SIAN) e do Instituto Socioambiental (ISA), que versa sobre a temática Resistência Indígena no Médio Purus: as lutas dos Apurinã pela demarcação de terras em Boca do Acre 1972-1980. Durante este período Boca do Acre foi palco de conflitos sociais entre fazendeiros, agricultores, tendo como protagonista os Apurinã que vivenciaram situações de descaso, pelas políticas do governo militar e até mesmo do órgão indigenista Funai, invasão e apropriação ilegal das terras. Neste cenário, se busca compreender a importância da resistência e dos conflitos apurinã, em Boca do Acre, no período de 1972 a 1980, para demarcação do território. Para que se possa alcançar os objetivos deste estudo, propõe-se analisar os processos de demarcações territoriais em Boca do Acre; Caracterizar as ações indígena e indigenista a favor da causa apurinã e identificar a resistência e os conflitos dos nativos, pela demarcação da terra, no km 45 da BR-317. Recuperar os atos de resistência e conflitos dos Apurinã moradores do km 45, é estritamente relevante para a comunidade acadêmica, sobretudo para as pesquisas em História indígena e Indigenismo na Amazônia. Tem-se ainda importância para o meio social, por mostrar que os Apurinã já habitavam aquela área, desde a chegada do colonizador, e traz para conhecimentos dos habitantes da cidade a importância da residência desse povo, frente a lei e a ondem vindas de governo militar. Para compreender os objetivos propostos, faz-se o uso da pesquisa qualitativa onde se baseia em dados escritos para entender um fenômeno em profundidade, exemplo são, os relatórios, jornais e ofícios. Esses dados foram coletados de forma sistemática, onde se usou Análise de Conteúdo, como, conjunto de técnicas de análise das comunicações. Essa ferramenta permite ao pesquisador interpretar o conteúdo das fontes em busca de respostas para o problema de pesquisa. Portanto, constatou-se a importância da atuação dos nativos na retomada e demarcação das terras.