Lute como um(a) professor(a): histórias de militância política dos docentes amazonenses de Parintins (1980-1990)

Abstract

Esta pesquisa busca compreender o processo de formação do movimento social docente, a partir da militância política dos professores do ensino público em Parintins, município brasileiro do interior do Estado do Amazonas, entre os anos de 1980-1990. O recorte cronológico estabelecido marca um momento significativo para os movimentos sociais de esquerda, em especial, porque é identificado como o final da ditadura civil-militar que foi implantada no Brasil em 1964 e, consequentemente, com o início do processo de abertura política e de democratização do país. O trabalho problematiza a memória dos professores de Parintins que se envolviam na militância de partidos, sindicatos, greves e relacionavam suas experiências com a sala de aula, evidenciando os efeitos práticos político/pedagógico da atividade docente. Utilizamos a metodologia da História Oral a partir das reflexões de Alessandro Portelli, que permitiu compreender modos de vida, lutas e as estratégias de resistência dos sujeitos sociais da pesquisa frente a conjuntura política da época. Os autores que nos ajudaram na discussão são importantes referências teóricas para se entender o tema: Eder Sader e Boris Fausto ajudaram a compreender a conjuntura histórica; Edward Thompson e Florestan Fernandes contribuíram para pensar a categoria “luta de classes”; James Batista, Amarilio Ferreira e Marisa Bittar também foram importantes, pois seus trabalhos problematizam o movimento docente no período estudado. Por fim, a pesquisa aponta para os dilemas e tensões que os professores viveram nas décadas de 80 e 90 como o arrocho salarial e a precarização do trabalho docente, reafirmando a necessidade dos movimentos de luta e resistência destes trabalhadores.