Música e interfaces

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Data

2020-12-05

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Universidade do Estado do Amazonas

Resumo

Por mais que o pensamento pós-moderno se volte contra a separação e o isolamento das diversas áreas do conhecimento humano, e que foram herdados (a separação e o isolamento) do pensamento cartesiano, precisamos admitir que o estabelecimento de zonas de aderência, de relações ou, em outras palavras, de interfaces entre os diferentes campos do saber ainda é um desafio para muitos de nós, pesquisadores formados em uma tradição multidisciplinar. A Música e os pesquisadores que a discutem por vezes se fecham na especialização e no hermetismo de seus debates, não se permitindo ver, de fato, uma realidade que dificilmente pode passar desapercebida: a música não é um fenômeno que se manifesta isolado no mundo. Embora todos saibamos disto, nunca é demais lembrar que a integração de pontos de vista, ou de saberes, é necessária para que nos aproximemos de uma compreensão menos ingênua da realidade que nos dispusemos a estudar. A Música, tal qual um prisma de inúmeras faces, possui um “núcleo” onde poderíamos situar as discussões mais específicas da área, mas que é rodeado por uma superfície multifacetada, que se relaciona com o exterior, faz contatos, estabelece relações com outras áreas do conhecimento. Por isso, é necessário falarmos sobre as “inter-faces” musicais ou, em outras palavras, sobre as relações que esse prisma, que compõe o saber musical, estabelece com as demais áreas do conhecimento ao colocar suas infinitas “faces” em “interrelação” com o seu entorno. Esta coletânea de textos, de acordo com minha leitura, nos apresenta o “núcleo duro” deste prisma multifacetado que corresponde ao conhecimento musical, mas sem deixar de nos apresentar, também, algumas das inúmeras faces e relações que esse objeto pode estabelecer com seu entorno. A primeira seção deste livro, dedicada às “Práticas interpretativas”, traz um conjunto de textos que refletem sobre a construção da performance musical. Em “Recursos alaudísticos ao violão: um estudo de caso para performance da Fuga BWV 997 de J. S. Bach”, Vitor de Souza Leite discorre sobre a apropriação, na performance de uma peça de Johann Sebastian Bach ao violão, de elementos da execução alaudística resgatados do tratado do século XVIII Theoretisch und Practische Untersuchung des Instruments der Lauten, de Ernest Baron. A interpretação violonística também é o objeto de estudo de Ricardo César dos Santos Castilho Filho e Luciano Hercílio Alves Souto, em “Recursos técnico-idiomáticos do repertório barroco para cordas dedilhadas em transcrições para violão: um estudo crítico-reflexivo dos procedimentos de mudança de meio instrumental e notacional”. Neste artigo os autores discorrem sobre a problemática 8 envolvida na transcrição e execução moderna, ao violão, de notações antigas produzidas originalmente para instrumentos de cordas dedilhadas como vihuelas, guitarras e alaúdes do período barroco. Uma temática semelhante é abordada por Luciano Hercílio Alves Souto, em “A guitarra inglesa e a viola de arame no século XVIII: aproximações notacionais, técnico-idiomáticas e transcrição de excertos do Exemplo musical nº II, extraído do The Art of Playing the Guitar or Cittra (1760) de Francesco Geminiani.Os autores, neste trabalho, apresentam características da rítmica africana relacionando esta, em seguida, à rítmica da música brasileira. A música brasileira também é o foco da análise proposta por Íngrid Lívero, em “A discursividade nos arranjos e na melodia de canções dos Engenheiros do Hawaii: traçado de um processo musical de subjetivação”. Neste artigo, após uma breve exposição histórica sobre o rock brasileiro, consolidado a partir dos anos 80, a autora parte do conceito de parrhesia, proposto por Michel Foucault, para analisar as práticas discursivas que permeiam a música “Toda forma de poder”, dos Engenheiros do Hawaii. A seção de artigos intitulada “Cognição, formação e educação musical” apresenta trabalhos que trazem fundamentação teórica dos campos da cognição e/ou da educação musical, além de relatos de experiências pedagógicas na área de música que podem contribuir para a formação de professores.

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Palavras-chave

Música, Musicologia, Educação musical

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