A construção das relações raciais a partir do colonialismo : uma análise de Moçambique na perspectiva de Marvin Harris.

dc.contributor.advisorSimonetti, Susy Rodrigues.
dc.contributor.advisor-latteshttp://lattes.cnpq.br/3413430472638905
dc.contributor.authorNhamuche, Alberto João.
dc.contributor.co-advisorSilveira, Cristiane da.
dc.contributor.co-advisor-latteshttp://lattes.cnpq.br/3005829475675010
dc.contributor.referee1Simonetti, Susy Rodrigues.
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/3413430472638905
dc.contributor.referee2Silveira, Cristiane da.
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/3005829475675010
dc.contributor.referee3Jesus, Edilza Laray de.
dc.contributor.referee3Latteshttp://lattes.cnpq.br/3416993677349221
dc.contributor.referee4Vicente, José Gil.
dc.contributor.referee4Latteshttp://lattes.cnpq.br/8293479624572875
dc.date.accessioned2025-07-11T18:13:35Z
dc.date.issued2025-03-20
dc.description.abstractMozambique is a Portuguese-speaking country. Its Lusophony comes from its historical antecedents linked to the Portuguese colonization process, with significant implications for the sociocultural and linguistic transformation of its people. In this understanding, the objective of this research is to analyze the construction of racial relations from colonialism in Mozambique. Specifically, it aims to: problematize the perspective of the North American anthropologist, Marvin Harris (Harris, 2021); investigate colonial policy in Portuguese Africa in the years 1956 - 1957; dialogue Harris' perspective with the Statute of the Portuguese Indigenous People of Guinea, Angola and Mozambique, of 1954, being the legislative instrument in force during the period under study; and, questioning education as a process of symbolic oppression - led by Colonial Portugal - and its contribution to the construction of new traditions in Mozambique. From the critical, qualitative and reflective analysis of the information obtained through literature review and documentary research, I consider that the racial relations of colonialism were constructed through the conception of prejudiced, discriminatory and subalternizing socio-racial categories of people called black and their descendants. Still on the same path, the Statute in reference was a perverse political and legal instrument, maintaining the structures of colonial ideology [with indigenous people as an invention of white people], which banned African languages and devalued knowledge and practices created from traditional African cosmoperceptions, judging them to be rudimentary. The work ends with a critical look at the collateral reflections of colonial education, represented by the coloniality observed in the behavior inherited by the oppressed, therefore suggesting a break with this epistemology.
dc.description.resumoMoçambique é um país lusófono. A sua lusofonia é oriunda dos seus antecedentes históricos ligados ao processo de colonização portuguesa, com implicações significativas na transformação sociocultural e linguística dos seus povos. Neste entendimento, o objetivo desta pesquisa é analisar a construção das relações raciais a partir do colonialismo em Moçambique. Especificamente, visa: problematizar a perspectiva do antropólogo norte-americano, Marvin Harris (Harris, 2021); indagar a política colonial na África portuguesa nos anos 1956 - 1957; dialogar o olhar de Harris com o Estatuto dos Indígenas portugueses da Guiné, Angola e Moçambique, de 1954, sendo o instrumento legislativo em vigor no período em estudo; e, questionar a educação enquanto um processo de opressão simbólica - protagonizado por Portugal Colonial - e sua contribuição para construção de novas tradições em Moçambique. Da análise crítica, qualitativa e reflexiva, das informações obtidas por meio da revisão de literatura e pesquisa documental, considero que as relações raciais do colonialismo foram construídas por meio da concepção de categorias sociorraciais preconceituosas, discriminatórias e de subalternização das pessoas denominadas negras e seus descendentes. Ainda na mesma senda, o Estatuto em alusão foi um instrumento político e jurídico perverso, de manutenção das estruturas da ideologia colonial [com indígena como invenção do branco], que interditou as línguas africanas e desvalorizou os saberes gestados a partir de cosmopercepções tradicionais africanas, julgando-os rudimentares. O trabalho termina por um olhar crítico aos reflexos colaterais da educação colonial, representados pela colonialidade observada no comportamento herdado pelo oprimido, sugerindo, portanto, a ruptura com esta epistemologia.
dc.description.sponsorshipCAPES
dc.identifier.citationNHAMUCHE, Alberto João. A construção das relações raciais a partir do colonialismo: uma análise de Moçambique na perspectiva de Marvin Harris. 2025. Dissertação. (Mestrado em Ciências Humanas). Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, 2025.
dc.identifier.urihttps://ri.uea.edu.br/handle/riuea/7721
dc.language.isopt
dc.publisherUniversidade do Estado do Amazonas
dc.publisher.initialsUEA
dc.publisher.programPrograma de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas
dc.relation.referencesALMEIDA, A. W. B. de. Antropologia em cinco atos e approaches. In: ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de (Org.). Antropologia e colonialismo: Etnografias periféricas em Moçambique, Quênia, Sudão e Brasil. São Luís: UEM Edições/PNCSA, 2021, pp. 69-91. ALMEIDA, A. W. B. de. Instrumentos analíticos, conceitos e críticas a esquemas explicativos recorrentes na produção intelectual e científica. Seminário de Métodos e Técnicas de Pesquisa em Ciências Humanas, UEA, PPGICH/1oSemestre, 2023. ALMEIDA, J. F. de. (trad.). Bíblia Sagrada. Lisboa׃ Edição da Sociedade Bíblica, 1968. ALMEIDA, S. L. de. O que é racismo estrutural?. Belo Horizonte (MG): Letramento, 2019. ANTUNES, R. O privilégio da servidão [recurso eletrônico]: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018. AZAGAIA. As mentiras. Álbum Babalaze, 2009. Disponível em www.toutube.com/watch.vi83mr7kavy Acesso: 14 de novembro de 2024. AZAGAIA. O ABC do Preconceito. Álbum Cubaliwa, 2013. Disponível em https://www.toutube.com/watch.vi8stb5ei6tk. Acesso: 13 de novembro de 2024. BA, M. O remédio de Frantz Fanon contra o racismo. In FUMANCA: Podcast de Jornalismo de investigação. Disponível em https://fumaca.pt/mamadou-ba-remedio-de-frantz-fanon-contra-o-racismo. Acesso: 10 de novembro de 2024. BACHELARD, G. A formação do espírito científico: Contribuição para uma Psicanálise do Conhecimento. Tradução de Estela dos Santos Abreu, Rio de Janeiro, 1996. BAPTISTA, M.M. Estudos culturais: o quê e como da investigação. Disponível em http://journals.openedition.org/carnets/4382, 2009. Acesso em 21 de maio de 2023. BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro/Lisboa. DIFEL/Bertrand, 1989. BRITO, L. de. Uma Reflexão Sobre o Desafio da Paz em Moçambique. 2014. CABAÇO, J. L. Moçambique: identidade, colonialismo e libertação. São Paolo: Editora UNESP, 2009. CASTRO, V. de. “Metafísicas Canibais”. Elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo, Cosac Naifa, 2015. COUTINHO, C. P. Metodologia de Investigação em Ciências sociais e Humanas:teoria e prática. 2a Edição; Edições Almedina, Ed.), 2015. CUEVAS, G. S. Biografia de Marvin Harris, o criador do materialismo cultural. Disponível em https://amenteemaravilhosa.com.br/biografia-de-marvin-harris/. Acesso: 03 de março de 2024. EVARISTO, C. Questão de pele para além da pele. Org. Luiz Ruffato. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2009. DLHOVO, V.M. Vivências. Lisboa, vol. 1, 2016. FANON, F. Os Condenados da Terra. Minas Gerais: Editora UFJF, 2010. FANON, F. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: Editora UFBA, 2008. FORTIN, M. F. Fundamentos e Etapas do Processo de Investigação. Loures: Lusodidacta, 2006. FOUCAUL, M. Vigiar e Punir: o Nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2014. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro. Paz e terra, 2006. FREYRE, G. Casa Grande & Senzala. 51a Ed. São Paulo: Global Editora, 2019. GRAÇA, M. Não Basta de Veneno?, Até Ficar Rouco. Maputo, Ndjira, 1996, pp. 45-9. GUERRA, I. C. Pesquisa qualitativa e análise de conteúdo: sentidos e formas de uso. 1a. Ed. Cascais: Principia, 2006. GUIMARÃES, À.S.A. Democracia Racial: o ideal, o pacto e o mito. Departamento de Sociologia, USP, 2002. HARRIS, M. As alas africanas de Portugal. In: GUARIMÃ – Revista de Antropologia & Política – v. 1, n. 2, p. 81-108. Jan-jun 2021. HONWANA, L. B. Nós matámos o cão-tinhoso. São Paulo: Ática, 1980. IANNI, O. Dialética das relações raciais. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/78rQndTBbYLBzHMdc3ygj4w/?lang=pt, 2004. KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019. KRENAK, A. 2020. A vida não é útil. São Paulo, Brasil: Companhia das Letras. LARAIA, R. B. Cultura: um conceito antropológico. 24a reimpressão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2015. LAVILLE, C; DIONNE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: EDUFMG, 1999. MACAGNO, L. Lusotropicalismo e nostalgia etnográfica: Jorge Dias entre Portugal e Moçambique, Afro-Ásia (28) (2002): 97-124, 2002. MACHEL, S. M. Consolidamos aquilo que nos une. Reunião da direção do Partido e do Estado, com representantes das confissões religiosas, 14 – 17 de dezembro de 1982. Coleção Unidade Nacional. MACHEL, S. M. Declaração de Independência de Moçambique. 1975. Disponível em www.toutube.com/watch.UDWQU4lo5U Acesso: 17 de novembro de 2024. . MACHEL, S. M. Fazer da escola uma base para o povo tomar o poder. Coleção estudos e orientações 6, Maputo, Moçambique, 1979. MACHEL, S. M. Povo no poder. 1986. Disponível em www.toutube.com/watch.vikiss6uo46fo . Acesso: 16 de novembro de 2024. MACLEVER, Robert Morrison; CHARLES, Hunt Page. Comunidade e sociedade como níveis de organização social. In: FERDINAND, Florestan. (Org.). Comunidade e sociedade: leituras sobre problemas conceituais, metodológicos e de aplicação. São Paulo: Nacional – USP, p. 117-131, 1973. MEMMI, A. Retrato do colonizado precedido do retrato do colonizador. Rio de Janeiro. Civilização brasileira, 2007. MOUTINHO, M. O indígena no Pensamento Colonial Português, Lisboa: Ed. Universitárias Lusófonas, 2000. MUNANGA, K. Nosso racismo é um crime perfeito. Entrevista com Kabengele Munanga. Fundação Persus Abramo, 2010. Disponível em http://fpabramo.og.br/2010/09/08/nosso-racismo-e-um-crime-perfeito-entrevista-com-kabengele-munanga. Acesso:16/01/2025. MUSSANE, C. Memórias de um Caçador de Lixo: a Mafalala e os bairros suburbanos de Maputo sob domínio colonial português. Lisboa, Outo Modo, 2022. NCOMO, B. L. Uria Simango - Um homem, uma causa. edições Novafrica. Maputo, 2003. NEWITT, M. A History of Mozambique. Indiana University Press, 1995. NGOENHA, S. E. Das independências às liberdades. Porto: Edições Paulinas, 1993. OLIVEIRA, D. de. Racismo estrutural: uma perspectiva histórico-crítica / Dennis de Oliveira. 1. ed. São Paulo: Editora Dandara, 2021.57 OLIVEIRA, D. de. Racismo e Sociedade Midiatizada: apontamentos conceituais. Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação 32o Encontro Anual da Compós, Universidade de São Paulo (USP). São Paulo - SP. 03 a 07 de julho de 2023. ORLANDI, E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 6a ed., Campinas, SP: Editora Unicamp, 2007. PATEL, S., MAJUISSE, A. & TEMBE, F. Manual de Línguas Moçambicanas - Formação de Professores do Ensino Primário e Educação de Adultos. Maputo – Moçambique, Associação Progresso, 2018. PEREIRA, B. C. S. Branqueamento, Mestiçagem e Democracia Racial”: desdobramentos de um racismo à brasileira. IX Jornada Internacional de Políticas Públicas, 2019. PORTUGAL. Decreto n.o 18.570, de 8 de julho de 1930. Institui o Acto Colonial. Passos do Governo da República, n.o 156/1930, Série I de 1930-07-08. PORTUGAL. Decreto n.o 22.241, de 22 de fevereiro de 1933. Promulga o Projecto de Constituição Política Portuguesa. Passos do Governo da República, n.o 43/1933, Série I de 1933-03-22. PORTUGAL. Decreto-lei n.o 23.228, de 15 novembro de 1933. Promulga a Carta Orgânica do Império Português. Passos do Governo da República. Diário do Governo, n.o 261/1933, Série I de 1933-11-15. PORTUGAL. Decreto-lei n.o 39.666, de 20 de maio de 1954. Aprova o Estatuto dos Indígenas Portugueses da Guiné, Angola e Moçambique. Passos do Governo da República. Diário do Governo, n.o 110/1954, Série I de 1954-05-20. QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2007. QUIJANO, A. “Colonialidad y modernidad/racionalidad”. In: Perú Indígena 13(29): 1992. Disponível em <https://problematicasculturales.files.wordpress.com: . Acesso em: 14 agosto. 2024. RELLA, R. Harris e Wagley na África portuguesa e o fim do lusotropicalismo. In: ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. (Org.). Antropologia e colonialismo: Etnografias periféricas em Moçambique, Quênia, Sudão e Brasil. São Luís: UEM Edições/PNCSA, 2021, p. 15 – 36. RESTREPO, E; ROJAS, A. Inflexión decolonial: fuentes, conceptos y cuestionamientos. Popayán: Editorial Universidad del Cauca, 2010. RIBEIRO, G. M. É pena seres mulato! ensaio sobre relações raciais. Cadernos de Estudos Africanos, v. 23, p. 21-51, 2012. Disponível em https://doi.org/10.4000/cea.583 Acesso: 13 de novembro de 2024. RUFFATO, L. À flor da pele. Org. Luiz Ruffato. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2009. SACAVINO, S. B. Educação descolonizadora e interculturalidade: notas para educadoras e educadores. In: CANDAU, Vera Maria (Org.). Interculturalizar, descolonizar, democratizar: uma educação “outra”? Rio de Janeiro: Editora 7 letras, 2016. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 3a ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. SCHMITZ, K. L. Comunidade: a unidade ilusória. In: MIRANDA, Orlando Pinto. (Org.). Para ler Ferdinand Toonies. São Paulo: EDUSP, 1995. SOUZA, M. L. de. Capitalismo e racismo: uma relação essencial para se entender o predomínio do racismo na sociedade brasileira. R. Katál., Florianópolis, v.25, n. 2, p. 202-211, maio-ago, 2022. SPIVAK, G. Pode o subalterno falar? Trad. Sandra Regina Goulart Almeida, Marcos Pereira Feitosa e André Pereira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010. TODOROV, T. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo, SP. 4a edição: Martins Fontes, 2010. THOMAZ, O. R. Raça, nação e status: histórias de guerra”REVISTA USP, São Paulo, n.68, p. 252-268, dezembro/fevereiro 2005-2006. TOONNIES, F. Comunidade e sociedade como entidades típico-ideais. In: FERNANDES, Florestan. (Org.). Comunidade e sociedade: leituras sobre problemas conceituais, metodológicos e de aplicação. São Paulo: Nacional – USP, pp. 96-116, 1973. WEBER, M. Economia e sociedade: fundamentos da Sociologia Compreensiva. Tradução de Regis Barbosa e Karen Elsabe Barbosa; revisão técnica de Gabriel Cohn, 3a Ed. Brasília, DF: Editora Universidade de Brasília, 1994.. VIEIRA, S. Participei, por isso testemunho. Maputo, Ndjira, 2010.
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 United Statesen
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/
dc.subjectColonialism
dc.subjectRace Relations
dc.subjectIndigenous Status
dc.subjectMarvin Harris
dc.subjectMozambique
dc.subjectColonialismo
dc.subjectRelações Raciais
dc.subjectEstatuto dos Indígenas
dc.subjectMoçambique
dc.titleA construção das relações raciais a partir do colonialismo : uma análise de Moçambique na perspectiva de Marvin Harris.
dc.title.alternativeThe construction of racial relations from colonialism: an analysis of Mozambique from the perspective of Marvin Harris.
dc.typeDissertação

Arquivos

Pacote original

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
A_construcao_das_relacoes_raciais.pdf
Tamanho:
3.16 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format