Corpos Antropofágicos: Supermáquina e interseccionalidades em cartoescrita de fluxos indisciplinares.
Arquivos
Data
2018-08
Autores
Silva, Mariah Rafaela Cordeiro Gonzaga da
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade do Estado do Amazonas
Resumo
Este estudo objetiva pensar as dinâmicas de forças que atravessam a existência
daqueles e daquelas pensados durante certo tempo como subalternos (SPIVAK, 2010). As
páginas a seguir demonstrarão que, na verdade, os “subalternos” sempre fizeram muito mais
que falar e, por isso, entendemos ser preciso inverter a compreensão de subalternidade,
devorando-a. Com efeito, eles, “os subalternos”, foram protagonistas em todos os momentos
da história recente. Contudo, sua legitimidade entrou num violento processo que não cessou
de buscar dominar sua potência vital. Com o colonialismo, a violência – e suas
particularidades econômicas – foi espalhada pelo conjunto planeta e sua força destrutiva
carregando nossas subjetividades. O inconsciente colonial indica que essas forças nefastas
ainda sobrevivem em nós, de distintas maneiras: dos estupros, passando pelo racismo e a
transfobia, até a fome. É que, na verdade, há ainda em voga um processo de
despotencialização de nossas subjetividades cujas formas de resistência são analisadas neste
ensaio a partir da noção de antropofagia.
O efeito colonial é criar a morte, mas esta não se dissocia da vida em nenhum
momento e, por isso, todo o conjunto de coisas que criam formas de existencialização passam
por grandes máquinas que, acopladas umas às outras, “criam” uma supermáquina a qual
demos o nome de bioma; é que a vida não para de produzir vida, mesmo quando se produz
mortes. Os processos de subjetivação se encadeiam, mudam de acordo com cada regime de
referência, mas os elementos finais não “mudam”: os corpos. Acreditamos que o corpo entra
em engrenagens de subjetivação e de significação, mas o corpo é o corpo mesmo quando
fraturado. Este estudo, no entanto, mostrou-se inconclusivo, não pela falta de recursos ou
material epistemológico, mas, fundamentalmente, porque a vida nunca conclui, ela sempre
abre.
Descrição
Palavras-chave
Antropofagia, Bioma, Corpo, Violência, Vida