Uma abordagem piagetiana sobre a aprendizagem e o desenvolvimento do estudante de teatro
Arquivos
Data
2019-01-30
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade do Estado do Amazonas
Resumo
Descrição
O assunto dessa pesquisa é uma abordagem piagetiana sobre a aprendizagem e o desenvolvimento do estudante de teatro. Aqui pretendo entender como as fases de desenvolvimento da criança ocorrem e como isso se correlaciona com o fazer teatral. Meu objetivo geral é investigar como a teoria de Jean Piaget pode contribuir para o entendimento do processo de aprendizagem do estudante nas aulas de teatro. Especificamente vou estudar a teoria de Jean Piaget para identificar conceitos que possam dialogar com a aprendizagem de teatro, neste caso, abordando até o período operatório concreto de desenvolvimento, pois é quando surge o jogo com regras. Em paralelo irei trazer as experiências vivenciadas no estágio, buscando relacioná-las com as fases de desenvolvimento propostas por Piaget. A necessidade de realização desse trabalho se deu por conta de uma inquietação pessoal. Ao longo das aulas ministradas por mim enquanto estagiária, percebi que alguns estudantes não conseguiam desenvolver os jogos teatrais propostos. Quando tivemos a disciplina de Psicologia entrei em contato com a teoria de Jean Piaget, e a partir daí tentei correlacionar as duas coisas. Esse trabalho será pautado em pesquisa bibliográfica relacionada com experiências pessoas, bem como com minhas vivências no Estágio Supervisionado. A conclusão que chego ao término da pesquisa é a de que toda forma de aquisição de conhecimento ocorre seguindo uma evolução, ou seja, passa primeiramente por reflexos, que são condutas físicas que podem ter estímulos internos ou externos. No recém-nascido os reflexos mais comuns são o de sugar e a preensão, por exemplo. Embora sejam condutas inatas, eles precisam de um certo tipo de treinamento para serem consolidados. Com estes reflexos consolidados o indivíduo passa à adaptação, que é um processo de modificação do organismo que resulta de dois outros processos, o de assimilação e o de acomodação. Na assimilação o meio age sobre o organismo, e na acomodação o organismo relaciona-se com o meio, modificando-o. Essas duas ações (assimilação e acomodação) acontecem de forma simultânea, pois elas são indissociáveis e ocorrem tanto nas trocas materiais como nas mentais. No teatro o roteiro de aprendizagem é o mesmo. Um ator, por exemplo, precisa assimilar sua forma de andar, para então acomodá-la à sua necessidade. A ação/reflexo “andar” precisa ser apreendida, e a esta apreensão damos o nome de consciência corporal. Na fase sensório-motora são desenvolvidos os jogos de exercício, que tem a função de consolidar reflexos e, no caso do teatro, ações físicas. Em seguida vem o desenvolvimento da representação da criança, denominada de função semiótica, que ocorre quando ela passa a imitar determinadas ações. A imitação, por exemplo, é uma das ferramentas do ator para reproduzir a realidade que deseja. Em seguida passamos ao jogo simbólico, que permite transformar a realidade em função do ego, permitindo à criança um meio de expressão própria, o próprio fazer teatral por natureza. E temos, por fim, o jogo de regras, que surge no período pré-operatório e que envolve tanto o jogo de exercício quanto o simbólico. No teatro damos a ele o nome de jogo teatral.
Palavras-chave
Processo de aprendizagem, Experiências no estágio, Aquisição do conhecimento