Atuação do indígena licenciado em dança pela ESAT- UEA no componente artes na educação básica

Abstract

A escassez de emprego e concursos para professores indígenas atuarem no segmento da educação nos diferentes níveis de formação e a existência da Lei 11.645 de 11de março de 2008 que trata da obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena na educação básica pública e privada suscitou o objetivo da pesquisa: investigar a atuação do indígena licenciado em dança pela ESAT-UEA como professor do componente artes no âmbito da dança na educação básica entre 2016 e 2023. O estudo trata-se de uma pesquisa do tipo aplicada, exploratória-descritiva, documental e de levantamento com abordagem quanti-qualitativa. Como interlocutores, elegemos seis sujeitos adultos de ambos os sexos, com idade média de vinte e seis anos, profissionais da dança, licenciados pela Escola Superior de Artes e Turismo (ESAT) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) no período de 2016 a 2023, onde um destes se autodeclarou indígena. Como instrumentos utilizamos um questionário semiestruturado com os dados pessoais e perguntas e um guia de entrevista. O processo de coleta de dados envolveu os participantes que compuseram a amostra da seguinte forma: contatamos via WhatsApp com cada um daqueles que compuseram a lista disponibilizada pela ESAT e realizamos o procedimento de maneira virtual. Após a análise de dados o estudo revelou uma série de questões relacionadas à presença e à valorização da cultura indígena no contexto educacional brasileiro, especialmente no campo da Arte-Educação. A mostra reuniu dados referentes a sete anos e com muita dificuldade identificamos apenas um profissional que se autodeclarou indígena licenciado o que demonstra a hipótese levantada anteriormente, evidenciando a existência de uma lacuna significativa na representatividade dessa população atuando na Educação nos diferentes níveis, outrossim realça o descompasso entre a obrigatoriedade da Lei e o compromisso das políticas públicas quanto a colocação do profissional indígena para atender o que preconiza a Lei 11.645 que é levar para o debate acadêmico a sua história e cultura contada como ela é legitimamente. Concluímos com isso que, mesmo havendo demanda, afinal as famílias indígenas estão nos perímetros urbanos, não há admissão no mercado de trabalho e, as leis por si só não expressam significados seria necessário um Programa de Governo vinculado as Instituições do Ensino Superior que investisse na colocação destes nas redes públicas de ensino e/ou escolas bilingues e indígenas. Diante dessas reflexões, torna-se evidente a necessidade de políticas públicas mais efetivas e de uma mudança estrutural no Sistema Educacional Brasileiro, voltado para os povos indígenas.