Narrativas da floresta nacional de Tefé: expressões de saber do aluno ribeirinho e a sua transposição didática para o Ensino de Ciências Naturais

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Data

2011-04-30

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Universidade do Estado do Amazonas

Resumo

Esta pesquisa parte de uma reflexão acerca dos tipos de conhecimentos implícitos nas narrativas das populações ribeirinhas da Floresta Nacional de Tefé e sua aplicação prática no processo ensino-aprendizagem de Ciências Naturais. A investigação buscou saber como é possível transpor os conhecimentos científicos sobre os saberes tradicionais encontrados nessas narrativas populares no espaço da sala de aula multisseriada composta por estudantes do ensino fundamental, para efeito de otimização do processo de ensino-aprendizagem de Ciências Naturais. Tal pesquisa consiste em: evidenciar que narrativas como o conto, o mito e a lenda funcionam como estimulante cognitivo, despertando a curiosidade e fomentando novas perspectivas de compreensão dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, uma vez que aprender de forma significativa requer pôr em marcha processos e ou esquemas cognitivos complexos. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa, com um enfoque estruturalista, pautada nos referenciais da Antropologia, Biologia, Literatura, Psicologia e Pedagogia. Para realizar a análise proposta, buscaram-se autores que pudessem fundamentar teoricamente os temas trabalhados: o referencial teórico-metodológico de Edgard Morin e Cecília Minayo, Mircea Eliade,Vladimir I. Propp, Marcos Frederico Krüger, Terry Eagleton, Therezinha de J.P. Fraxe, Maria Zaira Turchi, Carlos Antonio Mascia Gottschall, Chevallard, David Ausubel, L. S. Vygotsky dentre outros. Ao final do estudo foi possível propor, como produto, uma estratégia metodológica na qual as narrativas são utilizadas para suscitar as experiências prévias dos alunos e, dessa forma, mediar a cadeia de transposição didática dos conteúdos de Ciências Naturais. Este recurso está sendo indicado, preferencialmente, às escolas nas quais o regime multisseriado ainda é uma realidade, visando favorecer tanto a ressignificação de conteúdos específicos de ciências como outras possibilidades de desenvolvimento de uma aula interdisciplinar. Os resultados obtidos pela supracitada pesquisa indicam carência de trabalhos que abordem as relações entre a Literatura popular local e o Ensino de Ciências, e que as narrativas oriundas do imaginário local, em especial os mitos, as lendas e os contos, fornecem possibilidades de contornar dois graves analfabetismos: o científico e o literário. Espera-se que o recurso elaborado possa contribuir com o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes e que se perceba a importância de outros saberes para o avanço da educação em ciências nas escolas cuja pesquisa foi realizada.

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Narrativas amazônicas, Transposição didática, Aprendizagem significativa, Ensino-aprendizagem, Ensino de ciências Naturais

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